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Quadros

GUSTAVO G. DALL´ARA (ITÁLIA, 1865 1923, RJ) - Lindíssima e antiga pintura executada finamente em técnica de óleo sobre placa representando clássica e bela marinha, rica em colorações e movimentos com finos traços do renomado artista. Assinada no C.I.E. Mede 25 x 27,5 cm. Enquadrada em elegante moldura da época de madeira medindo 42 x 45,5 cm. Bom estado de conservação. NOTA SOBRE O ARTISTA: Gustavo Giovanni Dall'Ara (Rovigo, Itália 1865 - Vargem Alegre RJ 1923). Pintor, ilustrador, decorador. Em 1881, é aceito no curso preparatório à Accademia di Belle Arti di Venezia Academia de Belas Artes de Veneza, Itália, que frequenta regularmente até 1883, e é aluno de Franco Dall'Andrea. Em Veneza, conhece os pintores Luigi Nono, Ettore Tito e Beppe Ciardi e trabalha como desenhista e caricaturista do periódico Sior Tonin Bonagrazia em 1889. No ano seguinte viaja para o Brasil e fixa residência no Rio de Janeiro. É convidado a exercer o cargo de diretor artístico, desenhista e caricaturista do semanário Vida Fluminense. Entre 1893 e 1895, integra a comissão de estudo dirigida pelo engenheiro Aarão Reis, encarregada pelo governo da província de Minas Gerais de planejar e construir a nova capital da província, em Arraial do Curral d´El Rei, atual Belo Horizonte. Realiza, em 1904, pinturas decorativas em uma das salas da Vila Itararé, em Petrópolis, Rio de Janeiro. O historiador Laudelino Freire dedica um fascículo à biografia de Dall'Ara na obra Galeria Histórica dos Pintores, trazendo informações em sua maior parte relatadas pelo próprio artista. Em 1986, é publicado o livro Gustavo Dall´Ara, de autoria de Ronaldo do Valle Simões, Sandra Quintella e Umberto Cosentino, pela editora Winston.Comentário críticoGustavo Dall'Ara é conhecido como o "pintor da cidade do Rio de Janeiro". De fato, a parte mais significativa de sua obra é composta de retratos da cidade, de suas paisagens, seus habitantes e, sobretudo, das transformações pelas quais o Rio de Janeiro passa no início do século XX. Sua pintura alterna o realismo de cores fortes - não faltam, portanto, céus azuis, lavadeiras carregando montes de roupas coloridas, habitantes trajando roupas de cores vivas e paisagens tropicais cenográficas, elementos que Dall'Ara retrata com grande verossimilhança - e a influência impressionista, quando o artista abre mão das formas mais definidas para mostrar, por exemplo, o efeito ótico da chuva ou de uma situação de pouca luminosidade. Em muitos casos, deixa transparecer um certo olhar estrangeiro sobre o Brasil, e seu interesse aí não é o de registro histórico, como seria se a intenção fosse mesmo realizar a crônica pictográfica de uma época, e sim o registro do inusitado: a chegada do carro a uma sociedade atrasada, o último tílburi1 a circular nas ruas etc. Como o efeito esperado por Dall'Ara, imagina-se, é o de exaltação ao país e suas virtudes (tanto naturais como as do progresso), cria-se um interessante jogo duplo, em que a vontade de mostrar a beleza natural de seu segundo país - o artista naturaliza-se brasileiro em 1910 -, acaba revelando o eterno gosto do estrangeiro por retratar os contrastes da sociedade arcaica que se vê diante da modernidade. Paradoxalmente, é justo desse contraste que vem a força de sua pintura.O que distingue o trabalho de Dall'Ara é a criação de um Rio de Janeiro próprio. Embora a maioria dos retratos seja de cenas públicas, o universo carioca é mostrado por um recorte particular, que privilegia uma espécie de crônica da inserção do indivíduo e da sociedade em um novo estágio do progresso. É o caso, por exemplo, do quadro Automóvel e Bonde, pintado na década de 1910. A cena se passa no largo São Francisco, e mostra um automóvel estacionado (com o chofer apoiado na porta) e, ao fundo, um bonde. Vale lembrar que o largo São Francisco é ponto de partida tradicional dos tílburis. As mulheres que circulam pelo quadro vestem roupas e chapéus luxuosos e o garoto ao lado de uma delas, um uniforme de marinheiro. É o Rio de Janeiro se tornando uma metrópole, aderindo em massa a padrões e costumes europeus - o que explica ser o carro encarado de maneira tão natural pelos passantes. De fato, se o cenário e a arquitetura não são tão característicos, pode-se imaginar que a obra retrata Paris, e não o Rio de Janeiro. O mesmo movimento de traçar um paralelo entre o passado e o futuro acontece na pintura O Último Tilbury, de 1918. O quadro mostra um tílburi, um dos poucos ainda em circulação, parado na rua, o cavalo aparentando sinais de cansaço e até derrota. Apesar da nostalgia de um Rio de Janeiro mais provinciano, a cena é mais um registro histórico-afetivo do que uma crítica aos efeitos da modernidade.Num trabalho quase etnográfico, o artista registra os tipos que compõem a cidade - madames, lavadeiras, cavalheiros, ambulantes - e também sua arquitetura, ruas, praças e vegetação. Em Casario em Santa Teresa, 1907, por exemplo, na encosta do morro há aglomeração de casas típicas da época e, ao fundo, uma floresta tropical. A atenção aos detalhes confere à obra de Dall'Ara estatura de importante documento do panorama visual e de costumes do início do século XX. Do retrato de uma lavadeira carregando uma pilha de roupas aos arcos da Lapa, passando por portos, parques e cenas do interior, Dall'Ara sabe capturar os instantâneos da cidade que o acolhe, e sabe também gravá-los quase como se os congelasse em movimento. Apesar de sua técnica pouco inovadora, fica o registro de uma época e um lugar.

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Tipo: Quadros

GUSTAVO G. DALL´ARA (ITÁLIA, 1865 1923, RJ) - Lindíssima e antiga pintura executada finamente em técnica de óleo sobre placa representando clássica e bela marinha, rica em colorações e movimentos com finos traços do renomado artista. Assinada no C.I.E. Mede 25 x 27,5 cm. Enquadrada em elegante moldura da época de madeira medindo 42 x 45,5 cm. Bom estado de conservação. NOTA SOBRE O ARTISTA: Gustavo Giovanni Dall'Ara (Rovigo, Itália 1865 - Vargem Alegre RJ 1923). Pintor, ilustrador, decorador. Em 1881, é aceito no curso preparatório à Accademia di Belle Arti di Venezia Academia de Belas Artes de Veneza, Itália, que frequenta regularmente até 1883, e é aluno de Franco Dall'Andrea. Em Veneza, conhece os pintores Luigi Nono, Ettore Tito e Beppe Ciardi e trabalha como desenhista e caricaturista do periódico Sior Tonin Bonagrazia em 1889. No ano seguinte viaja para o Brasil e fixa residência no Rio de Janeiro. É convidado a exercer o cargo de diretor artístico, desenhista e caricaturista do semanário Vida Fluminense. Entre 1893 e 1895, integra a comissão de estudo dirigida pelo engenheiro Aarão Reis, encarregada pelo governo da província de Minas Gerais de planejar e construir a nova capital da província, em Arraial do Curral d´El Rei, atual Belo Horizonte. Realiza, em 1904, pinturas decorativas em uma das salas da Vila Itararé, em Petrópolis, Rio de Janeiro. O historiador Laudelino Freire dedica um fascículo à biografia de Dall'Ara na obra Galeria Histórica dos Pintores, trazendo informações em sua maior parte relatadas pelo próprio artista. Em 1986, é publicado o livro Gustavo Dall´Ara, de autoria de Ronaldo do Valle Simões, Sandra Quintella e Umberto Cosentino, pela editora Winston.Comentário críticoGustavo Dall'Ara é conhecido como o "pintor da cidade do Rio de Janeiro". De fato, a parte mais significativa de sua obra é composta de retratos da cidade, de suas paisagens, seus habitantes e, sobretudo, das transformações pelas quais o Rio de Janeiro passa no início do século XX. Sua pintura alterna o realismo de cores fortes - não faltam, portanto, céus azuis, lavadeiras carregando montes de roupas coloridas, habitantes trajando roupas de cores vivas e paisagens tropicais cenográficas, elementos que Dall'Ara retrata com grande verossimilhança - e a influência impressionista, quando o artista abre mão das formas mais definidas para mostrar, por exemplo, o efeito ótico da chuva ou de uma situação de pouca luminosidade. Em muitos casos, deixa transparecer um certo olhar estrangeiro sobre o Brasil, e seu interesse aí não é o de registro histórico, como seria se a intenção fosse mesmo realizar a crônica pictográfica de uma época, e sim o registro do inusitado: a chegada do carro a uma sociedade atrasada, o último tílburi1 a circular nas ruas etc. Como o efeito esperado por Dall'Ara, imagina-se, é o de exaltação ao país e suas virtudes (tanto naturais como as do progresso), cria-se um interessante jogo duplo, em que a vontade de mostrar a beleza natural de seu segundo país - o artista naturaliza-se brasileiro em 1910 -, acaba revelando o eterno gosto do estrangeiro por retratar os contrastes da sociedade arcaica que se vê diante da modernidade. Paradoxalmente, é justo desse contraste que vem a força de sua pintura.O que distingue o trabalho de Dall'Ara é a criação de um Rio de Janeiro próprio. Embora a maioria dos retratos seja de cenas públicas, o universo carioca é mostrado por um recorte particular, que privilegia uma espécie de crônica da inserção do indivíduo e da sociedade em um novo estágio do progresso. É o caso, por exemplo, do quadro Automóvel e Bonde, pintado na década de 1910. A cena se passa no largo São Francisco, e mostra um automóvel estacionado (com o chofer apoiado na porta) e, ao fundo, um bonde. Vale lembrar que o largo São Francisco é ponto de partida tradicional dos tílburis. As mulheres que circulam pelo quadro vestem roupas e chapéus luxuosos e o garoto ao lado de uma delas, um uniforme de marinheiro. É o Rio de Janeiro se tornando uma metrópole, aderindo em massa a padrões e costumes europeus - o que explica ser o carro encarado de maneira tão natural pelos passantes. De fato, se o cenário e a arquitetura não são tão característicos, pode-se imaginar que a obra retrata Paris, e não o Rio de Janeiro. O mesmo movimento de traçar um paralelo entre o passado e o futuro acontece na pintura O Último Tilbury, de 1918. O quadro mostra um tílburi, um dos poucos ainda em circulação, parado na rua, o cavalo aparentando sinais de cansaço e até derrota. Apesar da nostalgia de um Rio de Janeiro mais provinciano, a cena é mais um registro histórico-afetivo do que uma crítica aos efeitos da modernidade.Num trabalho quase etnográfico, o artista registra os tipos que compõem a cidade - madames, lavadeiras, cavalheiros, ambulantes - e também sua arquitetura, ruas, praças e vegetação. Em Casario em Santa Teresa, 1907, por exemplo, na encosta do morro há aglomeração de casas típicas da época e, ao fundo, uma floresta tropical. A atenção aos detalhes confere à obra de Dall'Ara estatura de importante documento do panorama visual e de costumes do início do século XX. Do retrato de uma lavadeira carregando uma pilha de roupas aos arcos da Lapa, passando por portos, parques e cenas do interior, Dall'Ara sabe capturar os instantâneos da cidade que o acolhe, e sabe também gravá-los quase como se os congelasse em movimento. Apesar de sua técnica pouco inovadora, fica o registro de uma época e um lugar.

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Termos e Condições
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  • TERMOS E CONDIÇÕES

    1ª. As peças que compõem o presente LEILÃO, foram cuidadosamente examinadas pelos organizadores que, solidários com os proprietários das mesmas, se responsabilizam por suas descrições e se reservam no direito de corrigir, excluir lotes com divergências de foto e ou descrições .

    2ª. Em caso eventual de engano na autenticidade de peças, comprovado por peritos idôneos, e mediante laudo assinado, ficará desfeita a venda, desde que a reclamação seja feita em até 5 dias após o término do leilão. Findo o prazo, não serão mais admitidas quaisquer reclamações, considerando-se definitiva a venda.

    3ª. As peças estrangeiras serão sempre vendidas como Atribuídas.

    4ª. O Leiloeiro não é proprietário dos lotes, mas o faz em nome de terceiros, que são responsáveis pela licitude e desembaraço dos mesmos.

    5ª. Elaborou-se com esmero o catálogo, cujos lotes se acham descritos de modo objetivo. As peças serão vendidas NO ESTADO em que foram recebidas e expostas. Descrição de estado ou vícios decorrentes do uso será descrito dentro do possível, mas sem obrigação. Pelo que se solicita aos interessados ou seus peritos, prévio e detalhado exame até o dia do pregão. Depois da venda realizada não serão aceitas reclamações quanto ao estado das mesmas nem servirá de alegação para descumprir compromisso firmado.

    6ª. Os leilões obedecem rigorosamente à ordem do catálogo.

    7ª. Ofertas por escrito podem ser feitas antes dos leilões, ou autorizar a lançar em seu nome; o que será feito por funcionário autorizado.

    8ª. Os Organizadores colocarão a título de CORTESIA, de forma gratuita e confidencial, serviço de arrematação pelo telefone e Internet, sem que isto o obrigue legalmente perante falhas de terceiros.

    8.1. LANCES PELA INTERNET: O arrematante poderá efetuar lances automáticos, de tal maneira que, se outro arrematante cobrir sua oferta, o sistema automaticamente gerará um novo lance para aquele arrematante, acrescido do incremento mínimo, até o limite máximo estabelecido pelo arrematante. Os lances automáticos ficarão registrados no sistema com a data em que forem feitos. Os lances ofertados são IRREVOGÁVEIS e IRRETRATÁVEIS. O arrematante é responsável por todos os lances feitos em seu nome, pelo que os lances não podem ser anulados e/ou cancelados em nenhuma hipótese.

    8.2. Em caso de empate entre arrematantes que efetivaram lances no mesmo lote e de mesmo valor, prevalecerá vencedor aquele que lançou primeiro (data e hora do registro do lance no site), devendo ser considerado inclusive que o lance automático fica registrado na data em que foi feito. Para desempate, o lance automático prevalecerá sobre o lance manual.

    9ª. O Organizador se reserva o direito de não aceitar lances de licitante com obrigações pendentes.

    10ª. Adquiridas as peças e assinado pelo arrematante o compromisso de compra, NÃO MAIS SERÃO ADMITIDAS DESISTÊNCIAS sob qualquer alegação.

    11ª. O arremate será sempre em moeda nacional. A progressão dos lances, nunca inferior a 5% do anterior, e sempre em múltiplo de dez. Outro procedimento será sempre por licença do Leiloeiro; o que não cria novação.

    12ª. Em caso de litígio prevalece a palavra do Leiloeiro.

    13ª. As peças adquiridas deverão ser pagas e retiradas IMPRETERIVELMENTE em até 48 horas após o término do leilão, e serão acrescidas da comissão do Leiloeiro, (5%). Não sendo obedecido o prazo previsto, o Leiloeiro poderá dar por desfeita a venda e, por via de EXECUÇÃO JUDICIAL, cobrar sua comissão e a dos organizadores.

    13.1. O leiloeiro Oficial não emite Nota Fiscal eletrônica .

    13.2. Após pagamento será emitido Nota de Arrematação .

    14ª. As despesas com as remessas dos lotes adquiridos, caso estes não possam ser retirados, serão de inteira responsabilidade dos arrematantes. O cálculo de frete, serviços de embalagem e despacho das mercadorias deverão ser considerados junto ao valor do transporte, mediante prévia indicação da empresa responsável pelo transporte e respectivo pagamento dos custos de envio . ECT Correios e Transportadoras não Oferecem seguro contra qualquer tipo de dano.

  • CONDIÇÕES DE PAGAMENTO

    À vista com acréscimo da taxa do leiloeiro de 5%.
    Através de depósito ou transferência bancária em conta a ser enviada por e-mail após o término do leilão.
    O pagamento deverá ser efetuado até 48 horas após o término do leilão sob risco da venda ser desfeita. Opção de parcelamento online através do Pag Seguro Uol em até 12 vezes com taxa consulte.

  • FRETE E ENVIO

    As despesas com retirada e remessa dos lotes, são de responsabilidade dos arrematantes. Despachamos para todos os estados. As embalagens são especiais para minimizar o risco de quebra, a casa adiciona ao valor do transporte a embalagem e traslado até a agência mais próxima e o custo é arcado pelo arrematante. A ECT CORREIOS E TRANSPORTADORAS NÃO OFERECEM SEGURO CONTRA QUALQUER TIPO DE DANO, SEGURO TOTAL NO VALOR DA COMPRA PARA FURTO E EXTRAVIO.